sábado, 11 de fevereiro de 2012

Quimioterapia durante a gravidez não afeta bebês, mostra estudo

Mulheres que têm que enfrentar um tratamento de câncer na gravidez podem ficar mais tranquilas quanto ao risco de o bebê ser afetado pela quimioterapia.

Uma série de estudos publicados hoje no periódico "Lancet" mostra que crianças expostas à quimioterapia na gestação se desenvolvem tão bem quanto crianças da população geral.

'O médico disse que eu deveria abortar', conta decoradora

Uma em cada mil gestações é afetada pela doença, mas a tendência é que essa incidência aumente, já que mais mulheres têm deixado a gravidez para depois dos 30 e o risco de câncer aumenta com a idade.
Uma das pesquisas envolveu 68 mulheres grávidas que tiveram diferentes tipos de câncer e receberam químio, cirurgia e/ou radioterapia.

As crianças foram examinadas logo após o parto e periodicamente até os 18 anos. Os testes incluíam exames neurológicos, eletrocardiogramas, audiometrias e testes de aprendizagem, função cognitiva e atenção.
Os únicos que mostraram um atraso no desenvolvimento cognitivo foram os que nasceram prematuros e, por isso, já tinham maior risco de apresentar essa diferença.

TRATAMENTO

O tratamento da gestante com câncer precisa de cuidados a mais. A químio só deve ser feita após o primeiro trimestre para evitar o risco de malformação do bebê --antes disso, só pode ser feita a cirurgia para retirar o tumor.

A última sessão de químio deve ser feita pelo menos três semanas antes de o bebê nascer. E, como não há estudos sobre os efeitos da radioterapia, é recomendável deixá-la para depois do parto.

Segundo os autores, a estratégia de prorrogar o tratamento para depois do parto não deve ser colocada em prática, assim como antecipar o nascimento para iniciar a quimioterapia. "Isso não ajuda a mãe em nada e, pior, pode causar sequelas no bebê", diz Max Mano, coordenador do ambulatório clínico de câncer de mama na gestação do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira).
Da mesma forma, o abortamento não muda o prognóstico da mulher no caso de câncer de mama. Mas, em algumas situações mais graves, isso pode ser discutido, como em câncer de colo de útero, leucemias e linfomas.

Mano afirma ainda que o estudo vai deixar gestantes e médicos mais seguros.

"Muitos médicos têm uma posição conservadora e recomendam o abortamento."

Segundo Mano, as conclusões são tranquilizadoras. "Parte do medicamento cruza a placenta. Um dos nossos medos era de que o coração do bebê fosse afetado."

No estudo, foi observado um batimento cardíaco um pouco mais acelerado nessas crianças, mas elas não tinham arritmia ou qualquer outra anormalidade.

Mano afirma, porém, que não se sabe ainda o que vai acontecer quando essas pessoas tiverem 50 anos e um risco cardiovascular maior.

Amamentar reduz risco de obesidade em bebês de mães diabéticas

Um estudo recente diz que a amamentação faz com que bebês de mães diabéticas diminuam o risco de se tornarem obesos durante a infância.

A literatura médica indica que as crianças de mães diabéticas são mais propensas a ganhar peso extra, mas a alimentação pelo peito bloqueia essa tendência.

Os pesquisadores da Escola de Saúde Pública do Colorado (EUA) separaram os grupos em 94 bebês de mães diabéticas e outros 399 de mães sem a doença.

Depois, mediram o IMC (índice de massa corporal) de todos eles ao longo de um monitoramento de 13 anos.
Os filhos de mães diabéticas que mamaram durante seis meses apresentaram um crescimento do IMC de forma mais lenta do que aqueles que mamaram em um período mais curto. Ou seja, o primeiro grupo engordou de forma mais lenta, controlada.

O mesmo resultado ocorreu entre os que não não tinham mães diabéticas.

A pesquisa, publicada na versão on-line do "International Journal of Obesity", fornece mais uma forte razão para se incentivar as mães a amamentar no peito.

Esse é o tempo mínicmo recomendado pela Academia Americana de Pediatras nos Estados Unidos.

Foto:www.leitematerno.org
Fonte: www1.folha.uol.com.br

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Saiba quais as chances de ter uma gestação de múltiplos

Saiba quais as chances de ter uma gestação de múltiplos. Foto: Getty Images
Saiba quais as chances de ter uma gestação de múltiplos
Foto: Getty Images
DANIELLE SANCHES
O caso da falsa grávida de Taubaté chamou a atenção das mulheres para a gestação de múltiplos - aquela em que a mãe carrega no ventre mais de um bebê. A gravidez de gêmeos têm se tornado mais comum no país graças aos métodos de reprodução assistida, que aumentam a possibilidade de fertilização e desenvolvimento de mais de um óvulo ao mesmo tempo.
Sem a interferência humana, no entanto, a ocorrência de múltiplos seria menor. De acordo com Edílson da Costa Ogeda, ginecologista e obstetra consultor da clínica Cordcell, de forma espontânea, de cada 100 gestações, uma será de gêmeos (independente do número de bebês). "O mais comum são dois bebês", afirma o médico. "Trigêmeos, quadrigêmeos e quíntuplos são extremamente raros na natureza", diz o especialista, que também é diretor da Maternidade do Hospital Samaritano, em São Paulo.
Dentro do universo dos gêmeos, existem ainda situações mais raras. O mais comum é encontrarmos irmãos bivitelinos, quando são fecundados dois óvulos e ambos se transformam em dois bebês."As semelhanças são as mesmas encontradas em irmãos comuns", explica o Edílson da Costa Ogeda. Os gêmeos univitelinos são aqueles em que um óvulo apenas se divide em dois, gerando irmãos idênticos. "Estes são do mesmo sexo e são idênticos do ponto de vista genético", afirma o médico.
Embora seja considerado um golpe de sorte, a gravidez de mais de um bebê é considerada preocupante. "O corpo da mulher foi feito para ter um bebê, no máximo dois de uma só vez", afirma o médico. "Acima disso, pode gerar problemas graves de saúde para a mãe e o bebê", alerta o especialista.
Entre os problemas mais comuns estão a diabetes gestacional e a hipertensão arterial, uma indicação que o corpo da mãe está sobrecarregado com os múltiplos. "O ganho de peso também é enorme e, além dos problemas estéticos, isso pode também causar problemas cardíacos na mãe", diz Emerson Cordts, responsável pelo setor de reprodução assistida do Hospital e Maternidade São Luiz. Para os bebês, a prematuridade é sempre um fantasma, já que dificilmente eles ficarão no ventre até o final da gestação. "Eles nascem pequenos, ficam muito tempo internados e podem ter sequelas neurológicas, motoras e intelectuais", diz.
Encomenda de bebês 
Com a reprodução assistida, muitos casais estão conseguindo realizar o sonho de serem pais. No entanto, a falta de diretrizes claras fez com que o número de embriões implantados na mulher fosse virtualmente ilimitado. "Quanto mais embriões são colocados, maiores as chances de conseguir um que vingue", diz Emerson Cordts. "No entanto, colocar acima de quatro é irresponsável, pois há chances de resultar em uma gravidez de múltiplos, considerada de risco principalmente nas mulheres acima de 35 anos e que procuram muito esse tipo de tratamento", alerta o especialista.
Por causa disso, o Brasil já foi um dos campeões em gestação de gêmeos. Desde 2011, no entanto, o Conselho Federal de Medicina passou a inibir essa prática. "A decisão é sempre do casal, claro", diz o médico. "Mas o correto é nunca transferir mais de quatro óvulos fecundados para o útero da mulher", explica.
Outro procedimento muito utilizado é a indução da ovulação na mulher. Na prática, ela deve tomar um medicamento que aumenta o número de óvulos produzido, aumentando assim as chances de engravidar de forma natural. No entanto, se o processo não for controlado, há, sim, o risco de induzir a uma gravidez múltipla. "As pessoas acreditam que o nascimento de gêmeos ou múltiplos é uma alegria, mas os riscos para a saúde da mãe e dos bebês, além dos cuidados de alto custo que eles vão inspirar depois do nascimento, são fatores que devem ser levados em conta também", afirma o médico.

Sexo na gravidez: mitos e verdades

Especialista desvenda as dúvidas das mulheres sobre a relação sexual durante a gravidez


Casal grávidos
O ideal é que o casal converse bastante e faça aquilo que for mais prazeroso para ambos
Foto: Getty Images

É possível manter uma vida sexual ativa e cheia de prazer durante os nove meses de gestação. O ginecologista Domingos Mantelli, de São Paulo, desvenda as maiores dúvidas sobre a relação sexual nesse período:
A libido diminui
MITO - O apetite sexual aumenta por causa dos hormônios da gestação que deixam a vulva e as mamas mais sensíveis. Em geral, os motivos que provocam a queda da libido são psicológicos (como o medo) ou físicos (enjoo). O casal pode ter uma vida sexual ativa, desde que não haja restrição médica.
Gestante tem orgasmo normalmente
VERDADE - Se isso não estiver ocorrendo, há algum fator psicológico envolvido. Existem casais que optam por não ter relações sexuais com penetração, em virtude do tamanho da barriga ou da proximidade do parto, mas encontram outras formas de sentir prazer, como o sexo oral.
A relação sexual pode machucar o bebê
MITO - O colo do útero é bem fechado, não há como chegar ao feto e muito menos machucá-lo. O único cuidado que se deve ter é em casos de gestação com risco de aborto, pois o esperma é muito rico em prostaglandina, substância que provoca contrações uterinas. Nesse caso, o ideal é usar preservativo.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Bebê que come papinha dada com colher fica mais gordo

Mamães, seu bebê é mais esperto do que você pensa quando se trata de aprender a comer comidas sólidas. Aliás, ele é até mais esperto do que você mesma na hora de ser desamamentado.

O bebê que escolhe sua própria comida com as mãos tem menos chance de virar uma criança obesa do que aquele que ficou recebendo papinha de colher da mãe, revela uma pesquisa britânica.
Petrenko Andriy/Shutterstock


  Bebê que se alimentou sozinho comeu mais carboidratos e alimentos saudáveis que bebê que recebeu comida de colher

O estudo foi publicado na revista científica "BMJ Open" por Ellen Townsend e Nicola Pitchford, da Universidade de Nottingham, Reino Unido. A "BMJ Open" é uma revista de acesso público do grupo que edita a prestigiosa "BMJ" ("British Medical Journal").

Foram estudadas 155 crianças entre vinte meses e seis anos e meio de idade; seus pais responderam a um questionário sobre os hábitos de alimentação dos petizes. Desse grupo, 92 eram bebês cujos pais deixavam a seu critério a alimentação.

O bebê tinha uma escolha de alimentos na sua frente e pegava o que queria comer. Isso costuma acontecer aos seis meses de idade. A princípio, o bebê apenas lambe a comida, antes de decidir por mastigá-la.

Os outros 63 bebês não tinham escolha. Era a mãe que enfiava a comida pastosa, as papinhas de vários tipos de alimento, nas suas bocas, com colher, o método do "olha o aviãozinho".


    Editoria de Arte/Folhapress    


PREFERÊNCIAS

Os bebês que se alimentavam sozinhos, revelou o estudo, comiam mais carboidratos e alimentos saudáveis que os seus colegas que recebiam comida de colher.

Eles também gostavam mais de proteínas e de alimentos integrais do que as crianças que comiam papinha amassada.

Já a turma da colher curtia mais alimentos doces --apesar de as mães oferecerem a eles mais opções de alimentos como carboidratos, frutas, vegetais e proteínas do que a turma que pegava a comida sozinha.

Não deu outra: a turma da colher teve maior índice de crianças obesas do que a que pegava a comida com as próprias mãos.

"Apresentar os carboidratos às crianças em seu formato completo de alimento, como torradas, em vez de em forma de purê, pode ampliar a percepção de características tais como a textura, que é mascarada quando o alimento está na forma de papinha", escreveram os autores.

Segundo eles, pesquisas anteriores já mostraram que a apresentação da comida influencia significativamente as preferências alimentares.

Eles também afirmam que os carboidratos podem ter tido destaque na preferência dos bebês por serem mais fáceis de mastigar do que alimentos como a carne.

"Nossos resultados sugerem que o desmame liderado pelo bebê promove preferências por comida saudável no começo da infância que podem proteger contra a obesidade. Essa descoberta é importante dados os problemas sérios com obesidade infantil que afetam muitas sociedades modernas", escreveram os pesquisadores.

MÃE NERVOSA

A "ansiedade" da mãe em ter um filho em boas condições de saúde pode levar a exageros na alimentação do bebê, segundo Ary Lopes Cardoso, chefe da Unidade de Nutrologia do Instituto da Criança da Faculdade de Medicina da USP.

"A mãe quer ver o filho gordinho. As crianças ficam obesas pela proteção excessiva."

A orientação que ele e outros profissionais de saúde dão às mães é semelhante à que o novo estudo sugere: a criança tem que mostrar a vontade de comer e ser alimentada adequadamente, sem exageros motivados pela ansiedade.
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