quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Tudo sobre os ultrassons na gravidez

O que é o ultrassom?

O ultrassom (também chamado de ultrassonografia ou ecografia) é um exame não-invasivo que usa ondas de som para criar uma imagem do bebê, da placenta, do útero e de outros órgãos. Com ele, o médico tem acesso a informações importantes sobre o progresso da gravidez e sobre a saúde do bebê.

Pais e mães aguardam ansiosos pelo exame para que possam dar a primeira olhadinha em seus filhos, e muitas vezes mostrar "fotos" para o resto da família. Isso sem contar a aguardada descoberta do sexo do bebê. Por mais emocionante que esse momento seja, é fundamental lembrar que o objetivo primordial do ultrassom é checar se o bebê está se desenvolvendo bem.

Durante o teste, o ultrassonografista lança ondas de som em alta frequência para dentro do útero, e essas ondas atingem o bebê. O computador traduz os sons de eco que são recebidos de volta em imagens de vídeo, que revelam então o formato do bebê, sua posição e seus movimentos.

Para facilitar, ele passa um gel sobre a sua barriga e depois um aparelhinho sobre o gel. Existe também o ultrassom intravaginal, usado no comecinho da gravidez, até 11 semanas.

As ondas de ultrassom também são usadas no aparelho que os obstetras utilizam para ouvir os batimentos cardíacos do bebê.

O ultrassom prejudica o bebê?

Estudos realizados ao longo dos últimos 35 anos não mostraram nenhuma indicação de que a ultrassonografia seja prejudicial. Há quem diga que o exame incomoda o bebê, mas não há pesquisas mais aprofundadas que comprovem isso. Como o som não é audível ao ouvido humano, não deve ser detectado pelo bebê.

Ultrassons não envolvem radiação, como é o caso de raio x.

Por outro lado, os especialistas recomendam não exagerar nesse tipo de exame, já que ultrassons são uma forma de energia e pode ser que afetem o bebê, mesmo que ainda não se saiba como. O cuidado deve ser maior principalmente no primeiro trimestre, quando o bebê é mais vulnerável a fatores externos.

Para não ficar confuso demais, pense assim: não é preciso ter medo de fazer ultrassons, mas não fique fazendo um monte só por curiosidade de ver o bebê.

Quantos ultrassons são necessários durante a gravidez?

O mais comum é fazer uma ultrassonografia por volta das 13 semanas (entre 11 e 14 semanas) e uma mais detalhada perto das 20 semanas de gestação, o chamado ultrassom morfológico. O ideal é fazer mais uma entre a 34a e a 37a semana, porém não há regra sobre o número total.

O exame pode ser feito a qualquer momento -- no comecinho da gravidez, para descartar uma gestação ectópica, e bem perto do nascimento, para avaliar o nível de líquido amniótico, por exemplo.

Se por algum motivo só se puder fazer um ultrassom, o obstetra deve optar pelo da 20a semana.

O exame costuma ser feito em laboratórios ou no hospital, mas alguns médicos possuem o aparelho no próprio consultório, o que permite às mães verem o bebê a cada consulta.

Ultrassom no primeiro trimestre

O obstetra pode pedir um ultrassom nos primeiros três meses de gravidez pelos seguintes motivos:

Descartar um aborto espontâneo

Se você tiver sangramento vaginal no começo da gravidez, o médico pode pedir um ultrassom para descartar a possibilidade de aborto. A partir de 7 semanas de gravidez, os batimentos cardíacos do bebê já devem estar visíveis (considerando um ciclo menstrual de 28 dias).

Quando se vê o coração do bebê batendo, a chance de a gravidez prosseguir sem problemas é de mais de 97 por cento. É importante lembrar que é muito difícil determinar exatamente quando a concepção ocorreu, por isso, se você não vir o coração do bebê batendo no ultrassom, tente não se desesperar.

O médico deve esperar mais uma semana e pedir uma nova ecografia. Pode ser que o bebê tenha sido concebido mais tarde do que você imaginava.

Descartar gravidez ectópica ou molar

O sangramento vaginal (junto com outros sintomas) também pode ser indicação de uma gravidez ectópica ou molar. No caso de uma gravidez ectópica, quando o embrião começa a se desenvolver fora do útero, o médico tentará localizar o saco gestacional. Numa gravidez molar, em que a placenta é anormal e o bebê não é viável, o ultrassonografista visualiza uma figura bem diferente da que deveria ser a do bebê.

Determinar a idade gestacional

Quando a mulher não sabe a data de sua última menstruação, o médico pode pedir uma ultrassonografia para determinar há quanto tempo ela está grávida, através da medição do bebê. Entre as 7 e as 13 semanas de gestação, a medida craniocaudal (da cabeça até o bumbum do bebê) consegue determinar a idade gestacional com bastante precisão.

Determinar se há mais de um bebê

Se você tiver se submetido a tratamentos de fertilidade ou o médico desconfiar de gêmeos ou múltiplos, ele vai pedir um ultrassom para saber quantos bebês há na sua barriga.

Ultrassom no segundo trimestre

No segundo semestre, você deve ser submetida aos seguintes ultrassons:

Translucência nucal

Perto das 13 semanas, o médico pode pedir uma ultrassonografia para fazer o exame de translucência nucal -- a medição de uma dobra específica na nuca do bebê e a verificação da presença do osso nasal --, para detectar sinais de problemas genéticos como a síndrome de Down. O momento ideal para a realização do exame é na 12a semana.

Na maioria dos casos o resultado é tranquilizador, mas, se o médico desconfiar de alguma alteração, pode sugerir a realização de exames genéticos mais invasivos, como a biópsia do vilo corial ou a amniocentese. No ultrassom realizado nessa fase, ainda não dá para determinar com certeza o sexo do bebê, mas o ultrassonografista pode arriscar um chute, pelo ângulo do apêndice genital -- mas a chance de acerto não passa de 80 por cento.

Ultrassom morfológico

Essa é a ultrassonografia mais detalhada, que pode levar mais de meia hora. Ela é feita por volta das 20 semanas, e nela já dá para ver o sexo do bebê. O ultrassonografista vai verificar o coração do bebê e suas câmaras, a formação do cérebro, os órgãos digestivos e outros sistemas. Também vai medir a cabeça do bebê e o fêmur, o osso da coxa, para ver se o crescimento está dentro da média.

No exame também é possível determinar a localização da placenta. Se ela estiver bloqueando a abertura do colo do útero (placenta prévia), o médico vai pedir novos ultrassons para ver se ela mudou de lugar. Na grande maioria dos casos ela muda. No caso de ela ainda estar cobrindo o colo do útero no fim da gestação, o bebê terá de nascer obrigatoriamente de cesariana.

O exame pode ser feito com doppler, um sistema que mostra o fluxo de sangue no útero, na placenta e no bebê, com as cores azul e vermelha.

Se o médico desconfiar de alguma anormalidade, pode pedir a realização específica de um ultrassom em três ou quatro dimensões, que dá uma imagem mais detalhada do bebê e é capaz de detectar problemas como o lábio leporino, por exemplo.

Ou o médico pode pedir um ultrassom específico do coração do bebê, a ecocardiografia fetal.

Ultrassom no terceiro trimestre

No final da gravidez, o obstetra pode pedir um ultrassom para determinar a causa de sangramentos vaginais (problemas na placenta, por exemplo), para acompanhar o crescimento do bebê, para verificar o nível do líquido amniótico e para determinar a posição do bebê e da placenta.

E se o ultrassom mostrar algum problema?

Não entre em pânico. Muitas vezes um novo exame é realizado algum tempo depois e elimina a desconfiança de que haja alguma coisa errada. São raros os casos em que o bebê realmente tem um problema, mas, se isso acontecer, as informações coletadas na ultrassonografia ajudarão os médicos a oferecer o melhor tratamento possível.

Problemas cardíacos, por exemplo, podem ser tratados com remédios enquanto o bebê ainda está no útero. Outras anormalidades, como um bloqueio no sistema urinário, podem ser tratadas com cirurgia ainda dentro da barriga. E saber com antecedência de eventuais problemas ajuda os médicos a terem tudo organizado para dar o melhor atendimento ao bebê logo depois que ele nascer, além de colaborar para que você e sua família se preparem para enfrentar a situação.


Escrito para o BabyCenter Brasil
Aprovado pelo Conselho Médico do BabyCenter Brasil




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