
Líquido tem composição naturalmente ajustada para as necessidades do bebê
A natureza é mesmo sábia. Se não, como explicar o fato de o leite da mãe de um prematuro já atender às necessidades do pequeno? “A carga proteica, por exemplo, é menor porque o rim do bebê, imaturo, às vezes não consegue excretar a quantidade elevada desses derivados”, contextualiza Hélder Leite, neonatologista do Hospital Santa Joana.
O organismo humano também é preciso matematicamente. A mãe que tem seu bebê com 28 semanas produz um leite diferente da que tem com 32 semanas e ainda distinto da que não tem filho prematuro. “Ele é especial na composição e discretamente ajustado para o bebê”, complementa Renato Kfouri, da Sociedade Brasileira de Imunizações.
O frágil organismo dos pequenos traz ainda uma peculiaridade. Por mais leite que a mãe tenha a oferecer, o prematuro, muitas vezes, não tem força para a sucção. Sem tal estímulo, o indispensável líquido pode secar. E aí, quando o bebê deixa a UTI e segue para casa, já capaz de sugar, poucas mães conseguem manter o aleitamento. É preciso recorrer a bancos de leite, como fez a mãe de trigêmeos Ana Paula da Fonte.
“Quando os bebês estavam na UTI cheguei a amamentar, mas o leite não era suficiente e terminou ficando para o filho mais debilitado. Recorri ao banco de leite do Imip”, aconselha Ana Paula. O Recife conta com outros sete centros médicos que possuem unidades de banco de leite [confira aqui]. Um alerta vale para as mães que acreditam poder doar – ou resgatar – leite sem a interferência desses hospitais. “Quando retirado para doação, o leite deve ser pasteurizado, já que algumas doenças podem ser transmitidas. É como uma transfusão de sangue”, aconselha Kfouri.
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