Eles são carecas, gorduchinhos, e ninguém
entende nada do que falam. Da mesma forma, ninguém consegue não gostar
deles. Quantas vezes você parou para pensar no que se passa na cabeça do
seu neném?
Por: Natasha Romanzoti
1) TODOS OS BEBÊS NASCEM CEDO DEMAIS
Biólogos
sugerem que, se não fosse pelas limitações de tamanho da pelve de uma
mulher, os bebês ficariam no útero muito mais tempo. Para caber através
da “portinha de saída”, entretanto, o cérebro do recém-nascido é um
quarto do tamanho de um adulto. Assim, alguns pediatras rotulam os três
primeiros meses de vida do bebê como o “quarto trimestre” de gravidez,
para enfatizar quão necessitados e ainda desprovidos de habilidades
sociais eles são nesta fase. O primeiro sorriso social, por exemplo, não
costuma aparecer até que a criança tenha entre 10 e 14 semanas de
idade, e a primeira fase de apego começa por volta dos 5 meses de idade.
Alguns biólogos acreditam que os recém-nascidos são socialmente
ineptos, e tem um choro chato, para que os pais não se apeguem muito
nessa fase em que o bebê tem uma maior probabilidade de morrer. E, é
claro, o choro também garante que ele receba a atenção que precisa para
sobreviver.
2) RESPOSTAS ÀS NECESSIDADES DO BEBÊ AJUDAM SEU CÉREBRO
Segundo
especialistas, o cérebro do bebê evoluiu para usar as respostas de seus
pais para se desenvolver. O córtex pré-frontal dos recém-nascidos não
tem muito controle, por isso os esforços para se disciplinar ou outras
preocupações são inúteis neste momento. Em vez disso, os recém-nascidos
aprendem sobre fome, solidão, desconforto e fadiga, e como é bom ter
essas dores aliviadas. Quem cuida do bebê pode ajudar neste processo de
aprendizado respondendo prontamente às necessidades do bebê. Não que
haja um meio de impedir um bebê de chorar. Na verdade, todos os bebês,
não importa o quão sensíveis sejam seus pais, têm um período de pico de
choro em torno da idade gestacional de 46 semanas. A maioria dos bebês
nasce entre 38 e 42 semanas. Ou seja, um bebê prematuro, nascido com 34
semanas, atingirá seu pico de choro com cerca de 12 semanas de idade,
enquanto um bebê que nasceu com 40 semanas vai chorar mais com cerca de 6
semanas de idade.
3) CARETAS E SONS BOBOS SÃO IMPORTANTES
Cientistas
explicam que quando os bebês imitam as expressões faciais de seus pais,
desencadeiam a emoção em si também. Isso ajuda as crianças a
desenvolverem suas noções básicas inatas de comunicação emocional, e
pode explicar por que os pais tendem a fazer caretas exageradas com seus
pequeninos, tornando-as mais fáceis de se imitar. A conversa boba com o
bebê é outra resposta aparentemente instintiva que os pesquisadores
descobriram ser fundamental para o desenvolvimento infantil. Sua
musicalidade exagerada e estrutura lenta enfatizam componentes
fundamentais da língua, o que ajuda o bebê a entender as palavras.
4) O CÉREBRO DO BEBÊ CRESCE MUITO RÁPIDO
O
cérebro dos recém-nascidos humanos, macacos e Neandertais são muito
mais semelhantes do que são na vida adulta. Após o nascimento, o cérebro
humano cresce muito rapidamente, mais do que duplicando até atingir 60%
do seu tamanho adulto no momento em que assopra sua primeira vela de
aniversário. Ao jardim de infância, o cérebro já atingiu seu tamanho
máximo, mas não termina de se desenvolver até os 20 e poucos anos. Mesmo
assim, o cérebro não pára nunca de mudar, para melhor ou para pior.
Alguns cientistas especulam que essa mudança do desenvolvimento do
cérebro infantil para uma escala rápida foi moldada ao longo de eras de
evolução.
5) LUZ FRACA X FLASH: CÉREBRO DOS BEBÊS X CÉREBRO DOS ADULTOS
O
cérebro do bebê tem muitas mais conexões neuronais do que o cérebro dos
adultos. Eles também têm menos neurotransmissores inibitórios. Como
resultado, a percepção de realidade do bebê é mais difusa (menos focada)
do que a dos adultos. Eles são vagamente conscientes do seu redor – uma
estratégia sensata, considerando que ainda não sabem o que é
importante. Cientistas comparam a percepção do bebê à luz de uma
lanterna que espalha uma luminosidade fraca por todo o quarto, e a
percepção do adulto à uma lanterna ou flash conscientemente focado em
coisas específicas, mas ignorando detalhes de fundo. Conforme os bebês
amadurecem, seus cérebros passam por um processo onde as redes neuronais
são estrategicamente moldadas e aperfeiçoadas pela experiência. O mundo
se ordena, mas também fica mais difícil de inovar e criar coisas, como
uma pintura facial de purê de espinafre. Pesquisadores argumentam que as
pessoas criativas são aquelas que mantêm a capacidade de pensar como
uma criança.
6) BALBUCIAR É APRENDER
Dentro
da luz de sua lanterninha, entretanto, os bebês podem focar
momentaneamente. E quando o fazem, eles pronunciam um som para
transmitir interesse. Em particular, balbuciar sílabas sinaliza para os
adultos que eles estão prontos para aprender. Pais ambiciosos devem
ficar atentos a este sinal. Os pesquisadores afirmam que a única coisa
conhecida que torna os bebês mais espertos é falar com eles. O diálogo é
o melhor, no qual o pai responde na pausa de uma vocalização do bebê.
7) PAIS QUE NÃO RESPONDEM TANTO PODEM AJUDAR OS BEBÊS
Alguns
pais se esforçam demais para responder o bebê. Mas quando os bebês
ganham uma reação 100% do tempo, eles ficam entediados e se desviam. A
aprendizagem é muito delicada. Ao agir instintivamente, os pais
respondem a 50 a 60% das vocalizações do bebê. Em laboratório,
especialistas descobriram que o desenvolvimento da linguagem pode ser
acelerado quando os bebês são respondidos 80% do tempo. Algo além disso,
no entanto, declina a aprendizagem. Os pais também naturalmente ajudam o
bebê quando respondem menos aos sons que já ouviram muitas vezes (como
“eh”), mas se empolgam repetindo um novo som que se aproxima de uma
palavra (como “da”). Com as estatísticas, o bebê começa a entender o som
de sua linguagem.
8 ) TV E VÍDEOS NÃO AJUDAM O CÉREBRO DO BEBÊ
Os
bebês podem chorar com as entonações de sua língua materna, mas as
respostas sociais são fundamentais para a habilidade da criança de
aprender a língua totalmente. Os bebês dividem o mundo entre as coisas
que respondem a eles e as coisas que não respondem a eles. E as coisas
que não respondem, não ensinam. Vídeos, filmes, programas, mesmo que
educacionais, não seguem as sugestões do bebê, razão pela qual DVDs
infantis como Baby Einstein são considerados ineficazes. Se você quer
ajudar seu bebê a ser inteligente, desligue a TV e brinque com ele.
9) NÃO SOBRECARREGUE O BEBÊ
A
necessidade de interação humana não significa que os bebês devem ser
estimulados o tempo todo. Eles têm períodos curtos de atenção e podem
facilmente ficar sobrecarregados. Então, às vezes, a interação que eles
precisam é simplesmente ajudá-los a se acalmar. Isso pode ser fornecido
por um balanço, o escurecimento das luzes, etc. Ser capaz de não apenas
se acalmar, mas também dormir, especialmente durante a noite, pode
aumentar o desenvolvimento de competências nos bebês, pelo menos nos de
12 meses ou mais.
10) BEBÊS SURDOS
Os
bebês ouvem mal, o que pode ser o motivo de seu choro não incomodá-los
tanto quanto nos incomoda. E, em geral, as crianças não conseguem
distinguir as vozes ou ruídos de fundo como os adultos. Isso pode
explicar porque crianças dormem em paz em ambientes ruidosos, ou porque
seu filho não responde quando você pede para ele PARAR. Pela mesma
razão, sempre ter música ou televisão ligada pode tornar mais difícil
para os bebês distinguirem as vozes em torno deles e “pegarem” a
linguagem. Embora os bebês muitas vezes amem música, ela deve ser uma
atividade voltada, e não um ruído de fundo.
11) MAIS DO QUE PAPAI E MAMÃE
Estudos
têm demonstrado que as crianças parecem se sair melhor quando têm pelo
menos três adultos por perto. O tempo gasto com um avô, um professor de
creche, um amigo da família, uma tia coruja, ajuda as crianças a
aprender a ler expressões faciais diferentes e expandir sua capacidade
de tomar as perspectivas dos outros. Bebês usam processos mentais
adultos para decifrar as emoções dos outros com cerca de sete meses de
idade.[LiveScience]
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