segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Gestantes podem ter estrias e manchas no rosto

Estrias e manchas no rosto: dois fantasmas da gravidez. Durante os nove meses de gestação, mudanças graduais vão ocorrendo no corpo da gestante. Dentre as alterações mais freqüentes estão as mudanças na pigmentação, na fisiologia vascular, nos cabelos, unhas e pele.

Por Márcia Wirth

Durante a gravidez, as mulheres estão mais suscetíveis ao aparecimento de manchas na pele por causa da variação hormonal e da predisposição genética. “O melasma é uma mancha difícil de ser eliminada. O segredo para evitá-la é a prevenção, ou seja, fugir do sol durante a gestação para evitar a formação destas manchas ao redor dos lábios e nas bochechas, que geralmente ganham a forma de asas de borboleta”, afirma a dermatologista Cristine Carvalho, diretora do CDE – Centro de Dermatologia e Estética.

Além das grávidas, mulheres que usam anticoncepcionais ou fazem tratamentos com hormônios também são alvos do melasma. O aumento dos hormônios estrógeno e melanogênico também levam ao escurecimento das aréolas das mamas e ao aparecimento daquela pequena linha vertical escura abaixo do umbigo e/ou no meio da barriga toda.

O melasma pode não aparecer na primeira gravidez e aparecer na segunda, ou vice-versa. Pode também se agravar muito em pacientes que já apresentam a lesão. “Portanto, a grávida deve adotar medidas de proteção para se expor ao sol. O consenso é que a radiação solar pode desencadear o problema e até agravá-lo, uma vez que os efeitos do sol são cumulativos. Como prevenção, os bloqueadores solares são a principal arma. É importante dizer que as gestantes só podem usar filtros físicos”, destaca a diretora do CDE.

Prevenindo o melasma

Geralmente o melasma surge no segundo trimestre da gestação, mas se a mulher se proteger desde o início, terá mais chances de não desenvolver as manchas. “Recomendamos o uso contínuo de bloqueadores com fator de proteção 30, no mínimo e diariamente, e o uso de chapéu, óculos escuros e guarda-sol”, afirma a dermatologista.


“O ideal, para uma proteção efetiva, é aplicar o bloqueador solar na pele a cada três horas, faça chuva ou faça sol. Muita gente não sabe, mas mesmo dentro de ambientes fechados, a radiação solar afeta a pele. Por isso, o protetor solar tem de estar sempre à mão, dentro de casa e no escritório”, destaca Cristine Carvalho, que também é chefe do Departamento de Fototerapia do Curso de Pós-Graduação em Dermatologia da Fundação Pele Saudável, Instituto BWS.
Ao ar livre, a exposição da gestante precisa ser gradual e extremamente cuidadosa. “Para ir à praia ou à piscina, a gestante precisa saber que a radiação ultravioleta B (UVB), a mais perigosa e responsável pelo câncer de pele, se intensifica entre 10 e 16 horas. Já a radiação ultravioleta A (UVA), muito importante no desenvolvimento e estímulo da pigmentação, ou seja, favorecendo o aparecimento do melasma, é a mesma durante todo o dia. Daí a importância de se proteger sempre”, destaca a dermatologista.

Se a pele da gestante manchar, é preciso continuar usando o protetor solar para evitar que a mancha escureça ainda mais. “Para disfarçar, uma dica é aderir à camuflagem com o uso de bases e corretivos, dando preferência a produtos oil-free e não comedogênicos”, diz Cristine Carvalho.

Como alguns produtos indicados para o tratamento do melasma possuem componentes que devem ser evitados durante gestação, “é sempre importante consultar o dermatologista antes de iniciar qualquer tratamento estético”, alerta a médica.

Prevenindo as estrias

Quando o assunto são as estrias, o ideal é que a gestante invista na prevenção, pois uma vez lesadas, as fibras elásticas da pele não se regeneram e nunca mais serão as mesmas.

“O segredo da prevenção está em hidratar bem o corpo por dentro e por fora, durante os nove meses. Além de aumentar a ingestão de líquidos, a gestante deve consultar um dermatologista para saber qual o melhor hidratante para a pele. É possível manipular cremes com lactato de amônia, uréia, elastina, colágeno, alfa-hidroxiácidos e óleos vegetais, para que a pele agüente melhor as variações de crescimento e peso. Mas todos estes cremes necessitam de prescrição médica”, explica a dermatologista Cristine Carvalho.

Além de hidratar o corpo, é necessário evitar o fumo (por múltiplas razões) e tomar banhos muito quentes. “Ingerir alimentos ricos em vitamina C, praticar exercícios físicos moderados e controlar o peso também são essenciais para evitar que as estrias apareçam durante a gestação”, conta a médica.

Durante a gravidez os tratamentos mais eficientes para o combate às estrias – como o laser, a intradermoterapia, cremes ou peelings à base de ácido retinóico – são contra-indicados. “Após o nascimento do bebê e ao término do período de amamentação, a mulher pode voltar ao consultório dermatológico e iniciar o tratamento para as estrias. Costumamos associar várias modalidades de tratamento para conseguir o melhor resultado possível”, diz Carvalho.







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